Trabalhos desenvolvidos por colegas

Márcia Beatriz Lang
Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão (APOG) de 2007 a 2021

Olá, colegas! Sou Márcia Lang, APOG e estou aposentada desde 2021. Apresento aqui minha trajetória no serviço público e privado. Acho importante incluir este último, pois somou na minha trajetória pública. Por ter trabalhado no setor privado por dez anos, sempre achei que alguma experiência neste setor deveria ser pré-requisito para admissão no setor público. Aliás, deixo aí minha sugestão/contribuição.

Sou Tradutora-Intérprete, formada na UFRGS com os títulos de Bacharel em Letras, habilitação em tradução e habilitação em interpretação de alemão. Foi um curso difícil para mim por não ter o alemão de casa. Assim, antes de me formar, aos 18 anos, fui trabalhar em Munique, na Alemanha, como Au Pair (nome bonito para babá) para realmente aprender alemão. Trabalhava um turno e noutro estudava. Voltei dominando o idioma e, de quebra, com novas vivências e experiências de vida.

Ao voltar ao Brasil, enquanto concluía o curso de tradução, comecei a trabalhar como recepcionista de congressos, pois precisavam de pessoas com idiomas e eu já falava alemão e inglês. Aproveitei para enriquecer meu vocabulário e entender um pouco de áreas diversas ao escutar as palestras. Imaginem, eu ganhava e ainda aprendia! Os dicionários técnicos custavam uma fortuna. Eu anotava os termos técnicos que aprendia e depois digitava, ops, usava a máquina de escrever… Sou da era pré-Google, pré-computador, colegas! Importante era ter certificado de datilografia manual e elétrica! E saber inglês! As mudanças foram significativas. Não vou entrar em detalhes, essas e muitas outras histórias podem ficar para um happy hour!

Uma vez formada, comecei a trabalhar como autônoma, tradutora técnica, traduzindo e vertendo muitos manuais, especificações técnicas, tipo “rebimboca da parafuseta”. Muitas vezes precisava ir na fábrica, ver a máquina ou entender o processo, conversar com os engenheiros para melhor compreensão do tema e usar o jargão da empresa. Sim, termos técnicos podem ser traduzidos, mas as fábricas acabam escolhendo um termo específico, e para melhor compreensão dos que forem utilizar os manuais sempre é melhor usar o mesmo termo deles. Não é fácil, mas é instigante. E sempre estamos aprendendo.

Esqueci de dizer que começara a faculdade de Direito da UFRGS à noite. Queria dominar os termos jurídicos para trabalhar com contratos internacionais. Acabei traduzindo alguns contratos e participando de reuniões de negociações. Muito gratificante.

Durante um ano trabalhei em uma fábrica de celulose em Guaíba, como secretária da Gerência da Divisão de Manutenção. Ali vivenciei como é trabalhar em uma fábrica, entender o funcionamento de uma fábrica, bater o ponto, a estabilidade de um salário mensal fixo e trabalhar só as 44 horas, sem a incerteza de autônoma, e, como sempre, outra fonte para ampliar meu vocabulário. Entretanto, acabei saindo para focar na tradução e concluir o curso de interpretação de alemão. Ainda antes de concluir o curso, fiz estágio em Bonn, na Alemanha, em uma instituição do governo alemão, atualmente Goethe Institut Inter Nationes. Também fiz meu primeiro contato com o computador!

Novamente de volta ao Brasil, mais experiente, deixei de ser autônoma para abrir uma microempresa (ME) na área de tradução e concluir o curso de interpretação. E, em 1988, decidi ir para Barcelona, na Espanha. Lá aprendi espanhol e computação e foi onde me realizei profissionalmente como tradutora de alemão, inglês, espanhol e português em uma fábrica de produtos químicos e em uma fábrica de automóveis do grupo Volkswagen. Novamente trabalhando em fábrica, vendo os carros sendo montados e traduzindo coisas muito específicas, como partes de projetos de carros futuros. Após dois anos, voltei ao Brasil. Não conclui a faculdade de Direito, pois havia trancado o curso diversas vezes para viajar, mas os conhecimentos adquiridos na faculdade foram muito úteis posteriormente. Por mais dois anos continuei como microempresária de traduções. Ah, abrir a ME foi fácil, mas fechá-la foi uma novela, tentei fazer eu mesma, já que fora simples abrir. Quanta burocracia, precisei dos serviços de um contador. Tive uma palhinha de como o setor público muitas vezes complica a vida do empresário. Mas acho que isso melhorou ao longo desses anos! Bem, atuei no setor privado dos meus 20 aos 30 anos.

Foi quando surgiu, no governo Collares, um concurso do Estado para tradutor-intérprete (carreira de técnico-científico, hoje analista de projetos e políticas públicas- APPP). Desde que entrara para a faculdade, em 1979, era o primeiro concurso para tradutor de que tinha conhecimento.

Bem, colegas, meu ingresso no serviço público, em 1992, foi sui generis. Fui aprovada em primeiro lugar, mas para minha surpresa, após esperar quase um mês para passar pela biometria, quando fui assumir não havia mais vaga para tradutor em nenhuma secretaria! Na época, quem já trabalhava no Estado não precisava fazer novamente os exames iniciais e assumiam de imediato. Eu, sem experiência no setor público, não entendia. Para mim era bem simples: me deem a vaga ocupada pelo segundo lugar e ele que fique no ministério do ar aguardando. Claro que não aconteceu! Por fim, fui encaminhada ao Instituto Estadual do Livro (IEL), instituição vinculada à Secretaria da Cultura, pois eu precisava tomar posse em algum lugar para cumprir estágio probatório. Me apresentei no IEL e foi-me dito que era bem-vinda, mas que não tinham necessidade de traduções. Saí da entrevista decidida a desistir do concurso. Ao me despedir de duas bibliotecárias muito simpáticas, elas me convenceram a não desistir, cumprir o estágio probatório e aguardar uma vaga de tradutora. Devo a elas ter entrado para o Estado!

O ambiente no IEL era muito legal, acabei trabalhando com preparação de originais e revisão de livros, conheci o mundo editorial e alguns escritores, tornando-se uma experiência nova e muito enriquecedora. O computador era uma novidade, havia um ou dois, precisávamos nos revezar para usá-los. Nas urgências me pediam para usar o meu computador de casa. (Já tinha teletrabalho naquela época, colegas!)

Mas, após cumprir o estágio probatório sem ter feito nenhuma tradução, tirei licença-interesse para decidir o que faria. Voltei às traduções e recebi convite para trabalhar em uma operadora de turismo, que precisava de alguém com idiomas e experiência em viagens, mesmo sem experiência no ramo. Tornei-me, então, agente de viagem, atuando na elaboração de roteiros internacionais personalizados, na preparação de tarifários, no atendimento a operadoras no exterior e a agências de viagens e, pasmem, fazendo traduções. Aprendi muito e esse trabalho propiciou-me também conhecer um pouco mais do mundo. Decidi, então, dar um ponto final na minha carreira no setor público.

Entretanto, faltando poucos dias para terminar a licença, eis que me liga outra colega do IEL! Disse que deveria repensar com carinho, não desistir tão fácil do concurso, já que não eram tão frequentes. Acabou me convencendo. Devo a ela minha volta ao setor público!

Tudo bem, pensei. Volto ao IEL, já que gostava do que fazia, mesmo que não fosse tradução. Ledo engano, fui orientada a me apresentar na Secretaria da Cultura, que decidiria onde seria lotada. Ofereceram-me a vaga de secretária da Diretora Administrativa e acho que não fiz uma cara muito simpática. Resolveram me oferecer, então, a vaga de secretária da Diretora-Geral que recém assumira e estava precisando de alguém. Lá fui eu para a entrevista, bem desanimada, adivinhem o que eu pensei? Agora mesmo que não volto! Mas, sempre tem um mas … Na entrevista, junto com a diretora, estava uma assessora, que fora minha colega no IEL. A diretora descreveu quais seriam as minhas funções e eu, pronta para desistir, quando a assessora pediu para dar a resposta apenas no dia seguinte! Adivinhem, ela me ligou à noite, pediu que aceitasse o que me ofereciam, que com certeza surgiriam oportunidades melhores, bastava ter paciência. Bem, colegas, devo a ela também não ter desistido, pela terceira vez, da carreira pública! Dito e feito, pouco depois passei a trabalhar no gabinete do secretário, no acompanhamento de projetos prioritários, no apoio à captação de recursos internacionais e ao agendamento de artistas internacionais, entre outros. Acho que neste momento caiu a minha ficha, aceitei que não precisava trabalhar especificamente com traduções, que havia outras atividades interessantes para mim que necessitavam indiretamente de idiomas e da minha experiência passada. Foi a última vez que pensei em desistir.

Já era finalzinho do governo Britto, em 1998, quando fui relotada para o Departamento de Assuntos Internacionais da então Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (SEDAI). (Oba, agora sim, pensei, vou trabalhar com traduções, até porque havia outros colegas de tradução lotados nesse Departamento.)

No início do governo Olívio Dutra comecei a trabalhar na estruturação do programa de participação de micro e pequenas empresas em feiras internacionais, tanto no Brasil quanto no exterior. Uma proposta de pavilhão coletivo do RS, com estandes individuais para as empresas, área institucional com a participação das entidades setoriais, FIERGS, SEBRAE, entre outros, e área de apoio. Antes, o Estado participava nas feiras institucionalmente e FIERGS e SEBRAE, separadamente, apoiavam as empresas. Nós da Divisão de Feiras Internacionais estávamos responsáveis pelo antes, durante e depois da feira. A articulação com entidades, empresas, organizadores das feiras, o arranjo jurídico e institucional, tudo era novo! A equipe era pequena, mas valente. E o trabalho, intenso! Um desafio gratificante.

A APOG Carmen Nunes, tradutora como eu, logo se juntou à equipe. (Ela pode contar as vezes que saímos tarde de SEDAI, as madrugadas na feira até o estande ficar pronto, a dificuldade em encontrar hotel que pudéssemos pagar com o valor das nossas diárias, diárias essas que muitas vezes chegavam dias depois de viajarmos). Mais tarde, a Rosane Lucas, do DECAP, também entrou para o time. Éramos uma bela equipe.

Nessa Divisão, minha experiência anterior em eventos e idiomas foi útil. Participei de feiras no Brasil, na Europa e em Hong Kong e aprendi muito sobre os principais setores produtivos gaúchos.

No governo Rigotto fui nomeada Diretora do Departamento de Assuntos Internacionais (DIN) da SEDAI. Esse departamento era responsável no Governo do Estado pela área internacional, que tratava de integração, cooperação internacional e negócios internacionais. Eram muitas as atividades: assessoria em assuntos internacionais; coordenação e organização de missões governamentais, institucionais e comerciais ao exterior; organização e acompanhamento de missões diplomáticas e governamentais internacionais em visita ao RS; cooperação internacional; coordenação do relacionamento do RS com estados-irmãos; coordenação das relações do Governo do Estado com o corpo consular acreditado no RS; assessoria na área de negócios internacionais; coordenação de programas de orientação a exportadores, de prospecção de mercados, de redes de informação comercial, de missões, de encontros de negócios; organização de participações coletivas (institucional e empresarial) em feiras comerciais internacionais. Nenhuma rotina, muitos temas, equipe enxuta, mas muito comprometida.

Todos os temas do DIN eram interessantíssimos. Já contei sobre a organização de participações em feiras, mas não posso deixar de falar da organização das missões governamentais ao exterior. Dava muito trabalho organizar essas missões, principalmente as chefiadas pelo Governador, e ao mesmo tempo continuar tocando todos os outros assuntos do Departamento, também importantes. Uma loucura!

Quando o Governador definia destino, período da viagem e objetivos da missão, o Departamento era acionado. Comunicar Itamaraty, construir agenda e logística de transporte, reunir informações sobre país, possíveis instituições/empresas a serem visitadas, comitiva, passaportes oficiais, contatar embaixadas, cerimonial do Palácio, presentes oficiais, cartões de visita nos idiomas do país, material promocional, organizar reuniões… A agenda era um capítulo à parte, sempre ‘tentativa’, mudava a todo instante. Só quando a missão terminava é que se podia considerar a agenda como definitiva. Uma curiosidade, em cada compromisso da agenda precisava constar quais as pessoas da comitiva que participariam. Houve um caso, acho que foi na missão ao Japão, que até a posição das pessoas à mesa de reuniões já estava definida, com direito a mapa, a pedido dos anfitriões!

Diversas missões foram organizadas naquele período, como China, Japão, Europa, América Latina. A missão à China foi memorável. Durante o dia eu trabalhava na Secretaria e, na madrugada, fazia contato com embaixada e consulados na China para discutir detalhes da missão. Enquanto a missão acontecia, havia pedidos de complementação de informações, elaboração de minutas de documentos, alterações de agenda. A mais impactante foi quando o Brizola morreu e o então presidente da Assembleia Legislativa, que estava na China em missão, precisou voltar. Imaginem só! E quando termina a missão vem seus desdobramentos, follow up, ofícios de agradecimentos, relatórios, reuniões de ‘rescaldo’ da missão. Cansativo, mas enriquecedor. Aqui os idiomas e minha experiência na operadora de turismo também foram bem úteis. E as equipes do Cerimonial do Palácio, da Casa Militar, do ERESUL, das F’s, das embaixadas eram muito parceiras. A do Departamento, ratifico, comprometida, alto astral, parceira até nos serões.

Foram nove anos de SEDAI. Um período intenso, rico, marcante. Lembro bem do dia em que a Carmen Nunes apareceu na minha sala pedindo férias para estudar para o concurso do Planejamento e sugeriu que eu também me inscrevesse! Eu, na correria do dia a dia, nem saberia do concurso se não fosse por ela. Assim, sou muito grata a ela. E eu me interessei, pois a experiência com financiamentos internacionais era o que completaria minha vivência na área internacional. Passei e, em dezembro de 2007, assumi como técnico em planejamento na então Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG), já no governo Yeda Crusius. Agora o probatório era de três anos e precisei passar novamente pela biometria, apesar de já ser concursada, diferente do que acontecera em 1992. Diferente também foi meu início, a SEPLAG ofereceu um curso introdutório, realizado pela FDRH, bem como diversos cursos durante os anos em que lá trabalhei. Um diferencial.

Iniciei minha carreira no Planejamento como Chefe de Gabinete. Mais uma nova experiência. Além das atividades inerentes ao cargo, organizei também missões para a Secretaria. Lembro da missão ao Japão e a Singapura. Entretanto, entendia que como Chefe de Gabinete não dominaria nenhuma área técnica da Secretaria, sempre teria um conhecimento ‘superficial’. Assim, em novembro de 2008, passei para o Departamento de Captação de Recursos e Preparação de Projetos, onde estava a área que me interessava.

Meu primeiro trabalho foi com o Programa Nacional de Apoio à Modernização da Gestão e do Planejamento dos Estados Brasileiros e do Distrito Federal (PNAGE), um empréstimo contraído pela União junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com contrapartida dos Estados. Mas em uma parte bem específica, o acompanhamento de diversas aquisições de bens, da licitação à entrega dos bens. Aqui tive a oportunidade de entender melhor os meandros do processo de aquisições, suas peculiaridades e gargalos.

Com relação às parcerias público-privadas, me envolvi na sistematização dos documentos relacionados à PPP, na elaboração de sua linha do tempo, no apoio a missões de PPP à Espanha e ao Reino Unido e nos projetos específicos, apoiando os colegas.

Em 2010, houve a alteração na nossa carreira, de Técnico em Planejamento para Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Em 2011, no início do governo Tarso Genro, o DECAP começou a preparar duas grandes operações de crédito, uma interna, com o BNDES, e outra externa, com o BIRD. Foi quando assumi a Divisão de Captação de Recursos Internacionais, ao gentil convite da diretora Margareth (Marga) Vasata, ficando responsável pela coordenação técnica da operação de crédito com o BIRD. Foi uma oportunidade ímpar. Acompanhei de perto toda a operação, do início ao fim: dos projetos apresentados pelos órgãos, passando pela identificação, preparação, execução, prestação de contas e encerramento. Era uma operação complexa, com diversos executores e atores envolvidos. Acabei me especializando em termos de referência, tendo revisado mais de 70 termos que precisavam seguir as regras do BIRD. Aprendi muito com os especialistas do Banco, sempre exigentes, mas que buscavam qualificar os projetos e contribuir com sua experiência e boas práticas. Aproveito para agradecer a meus colegas do DECAP, em especial ao sempre bem-humorado e eficiente Antonio Streb, e à Marga, que sempre nos incentivou com a seguinte mensagem: “A melhor forma de aprender é fazendo”. O contrato com o BIRD terminou em 2019, no governo Eduardo Leite, com quase 100% de execução.

Atuei, também como setorialista, tanto na operação com o BIRD quanto na com o BNDES, apoiando os órgãos executores, especialmente na elaboração de termos de referência e a destravar gargalos.

A partir de 2019, envolvi-me na análise da execução de convênios oriundos de transferências voluntárias da União para apoiar os órgãos na resolução de problemas aproveitando a experiência adquirida nas operações de crédito.

Em 2020, a cooperação técnica internacional (CTI) passou a integrar a Divisão de Operações de Crédito Externo. Estruturar essa nova divisão com a vinda da CTI para o DECAP foi minha última tarefa antes da aposentadoria. Tarefa agradável, pois o tema me era conhecido lá dos tempos da SEDAI!

No período em que estive na SPGG concluí uma pós-graduação latu sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público e outra em Gerenciamento de Projetos.

Foram 13 anos na SPGG e passei todo esse período no DECAP, exceto pelo meu curto período na Chefia de Gabinete. Colegas dos outros departamentos, me desculpem, mas quero registrar aqui que a equipe do DECAP é super especial. A convivência foi ótima e aprendi muito com vocês, colegas decapianos! (Também tenho saudades do DECOMES e gostaria de saber se o SERASA sobreviveu?)

Aposentada após 28 anos de serviço público, entre SEDAC, SEDAI e SPGG, sinto-me realizada e agradecida por todas experiências e aprendizados que tive, bem como pelas muitas e belas pessoas com quem convivi durante essa trajetória.

Mas aposentadoria não significa ficar parada. A partir de uma ideia da Marga estamos finalizando um curso sobre o processo de captação de recursos internacionais, pois entendemos que nossa expertise possa ser legada a novas gerações.

Um abraço a todos,

Márcia Lang.

Janeiro de 2023. 

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